Maryam Mirzakhani: Uma Pioneira que Quebrou Barreiras
Maryam Mirzakhani (12 de maio de 1977 – 14 de julho de 2017) não foi apenas uma matemática excepcional; ela foi uma verdadeira pioneira. Em 2014, ela se tornou a primeira e, até hoje, única mulher a receber a medalha Fields, considerada o “Nobel da Matemática”. Este prêmio, concedido a matemáticos com menos de 40 anos por suas contribuições excepcionais, reconheceu seu trabalho revolucionário na geometria e nos sistemas dinâmicos, particularmente na compreensão da simetria de superfícies curvas.
Nascida e criada em Teerã, Irã, Mirzakhani demonstrou seu talento precoce ao vencer duas medalhas de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática. Após graduar-se na Universidade Sharif de Tecnologia, no Irã, ela se mudou para os Estados Unidos, onde obteve seu PhD em Harvard em 2004, sob a orientação de Curtis McMullen, também medalhista Fields. Sua carreira acadêmica a levou à Universidade de Princeton e, posteriormente, à Universidade de Stanford, onde foi professora.
O trabalho de Mirzakhani era conhecido por sua profundidade, originalidade e pela capacidade de conectar áreas aparentemente distintas da matemática. Sua pesquisa em espaços de moduli de superfícies de Riemann, geometria hiperbólica e sistemas dinâmicos abriu novos horizontes e continua a influenciar pesquisadores em todo o mundo. Sua paixão pela matemática era contagiante, e ela descrevia seu processo de pesquisa como “estar perdido em uma selva e tentar usar todo o conhecimento que você pode reunir para obter alguns truques novos e, com sorte, você poderá encontrar uma saída”.
Infelizmente, Maryam Mirzakhani nos deixou prematuramente em 2017, vítima de um câncer de mama, mas seu legado é imortal. Ela não apenas quebrou uma barreira de gênero de quase 80 anos na medalha Fields, mas também se tornou um símbolo poderoso de inspiração para meninas e mulheres em todo o mundo que sonham com uma carreira em matemática e ciências.